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Debates sobre inteligência artificial e transformação digital marcam segundo dia da Health Meeting

A tecnologia pode trazer uma série de avanços para o setor de saúde. No entanto, para que isso leve a uma melhora efetiva dos processos e do atendimento aos pacientes, é necessário que haja uma cultura pela inovação nas instituições. Essa avaliação permeou os debates do segundo dia da Health Meeting – Business & Innovation, feira internacional da saúde que terminou nesta quarta-feira (4), no Prédio 40 da PUCRS.
O evento, organizado pela HM Brasil e com curadoria científica do SINDIHOSPA (Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre), abriu o dia de painéis com o tema “transformação digital e o futuro da saúde”. Melina Schuch, superintendente de estratégia e mercado do Hospital Moinhos de Vento, falou do cenário do setor e como a inovação pode contribuir para os avanços. “Temos que aderir aos novos ecossistemas que estão se formando, relacionar-se, mas lembrando que a inovação tem vida própria”, afirmou. Ela destacou ainda o Atrion, centro de conexão do Moinhos com as startups que, em dois anos, já conectou mais de 400 empresas e teve 13 projetos implantados na instituição.

O painel teve ainda a participação de Carlos Klein, diretor de investimentos da Ventuir, que enfatizou que a transformação digital precisa acontecer na saúde. “Se as organizações não fizerem isso por si, outras farão”, lembrando que a eficiência só virá com o uso da tecnologia. Os debates foram mediados por Eli Szwarc, líder médico para a América Latina da Philips. Ele ressaltou que a transformação digital pressupõe uma transformação analógica. “Ela pede revisão de processos, de fatores culturais. Não é a tecnologia que muda, somos nós. Ela é apenas o meio”, afirmou.
Os mitos e realidades da inteligência artificial na saúde foram tema de outro painel da Health Meeting. O médico Cristiano Englert, fundador da Connext Health Hub, apontou que a IA vem para facilitar processos, trazer melhorias e reduzir o trabalho burocrático. “Hoje o médico tem vários papéis para assinar e não tem tempo para o paciente”, disse, apontando exemplos de como essa inovação está mudando o setor, com aplicações como prontuários eletrônicos, marcação de consultas via Alexa, terapia e até mesmo para o uso em anestesias.
Vitor Ferreira, CIO do Hospital Moinhos, considerou que há um “terrorismo” sobre a tecnologia. “Os profissionais que souberem usar a inteligência artificial vão substituir aqueles que têm medo disso. Quando a gente deixa o medo tomar conta, perde a chance de aproveitar a beleza dessas inovações”, apontou. O painel teve ainda as presenças de Fabricio Avini, CEO da Care Intelligence, e de Henrique Dias, pesquisador e fundador da NoHarm.
As dores da inovação vistas pelos CEOs
Outro destaque do segundo dia de debates foi um painel onde os CEOs de instituições e empresas da saúde falaram dos desafios e das dores diante das inovações. A atividade contou com Daniel Giaccheri, da São Pietro Saúde; Rafael Cremonese, do Hospital Mãe de Deus; Leandro Firme, da Unimed Porto Alegre; Saulo Mengarda, do Hospital São Lucas da PUCRS; e Fabricio Campolina, da Johnson & Johnson Medtech.
Saulo considerou que o CEO tem que ser um facilitador: “ele tem que encarar a inovação como ferramenta para diminuir as suas dificuldades. Não pode encarar como mais uma tarefa”, lembrando da importância de ter um ambiente seguro para essas transformações. Mesma preocupação foi trazida por Cremonese: “o ambiente para inovar é hostil. A pressão do sistema faz com que as discussões só se baseiem nos resultados do trimestre, impedindo disrupções de longo prazo”, afirmou o executivo, que pontuou a importância de haver um head de inovação nas instituições.





